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CO-LIVING: ESPAÇOS RESIDENCIAIS COMPARTILHADOS

Arq. Cristiana Salai

Você com certeza já ouviu falar de co-working, nós mesmos já falamos aqui no nosso blog sobre isso. A era da economia compartilhada veio para ficar (outros exemplos são a Netflix, Airbnb e Uber) e o mercado imobiliário não poderia ficar de fora.

Em tempos de crise, surgem novos modelos de moradia para atender a novos comportamentos. Essa economia colaborativa vem para fortalecer o consumo de forma consciente e diminuir os desperdícios, pois os novos usuários estão cada vez mais conectados e buscam formas mais simples e eficientes de facilitar o dia a dia.

Então se você mora numa cidade grande, tem uma rotina agitada, quer unir qualidade de vida com sustentabilidade, precisa conhecer o co-living!!

Mas o que é o co-living?

É uma forma de viver mais acessível e descomplicada. Originou-se nos anos 70, na Dinamarca. Depois, no final dos anos oitenta, foi batizado, pelo trabalho do americano Charles Durrett, com o nome de ‘co-housing’. Em ambos os casos, foi incentivado o relacionamento entre usuários através da partilha de espaços e de práticas sustentáveis. A ideia original lembra muito um sistema de colmeia, onde podem existir unidades pequenas individuais ou dormitórios coletivos. É como uma grande família, que precisará exercitar a boa vontade pois dividirá a maior parte dos espaços, dos suprimentos, dos equipamentos e até mesmo as despesas básicas, como água, luz e gás.

No Brasil, a tendência do ‘co-living’ ainda é muito recente, existem poucos projetos como esses no país. Um exemplo que posso citar é o Cine Teatro Presidente, em Porto Alegre, um empreendimento imobiliário que promete “Integrar o viver, o conviver, o trabalhar e o curtir, tudo acompanhado de um amplo conceito de mobilidade”. Os apartamentos desse empreendimento têm entre 38 e 70m² e o prédio conta com ambiente para trabalho – o que imita coworkings -, ambientes de convivência, bicicletas para compartilhar e bicicletário, lavanderia, espaço para pets, ferramentas para uso compartilhado e horta comunitária.

Apesar de ainda ser novidade por aqui, inúmeros condomínios já possuem alguns itens compartilhados para serem usados por quem tem interesse e necessidade e acho que essa é uma realidade que só tende a se fortalecer.

Além dos clássicos (academia de ginástica, home-cinema, brinquedoteca, sala de jogos, espaço gourmet e sauna), veja alguns outros exemplos de espaços que podem ser compartilhados dentro de um condomínio e como funciona cada um:

Espaço mulher: estrutura de um salão de beleza, para que cada morador possa receber seu profissional para os cuidados com a beleza em um ambiente especialmente projetado para isso (e sem abrir as portas da sua casa).

Pet care: São locais para banho e tosa, áreas com brinquedos e equipamentos para treinamento —”agility” (com obstáculos) ou “pet play”— e gramados onde podem ficar soltos.

Lavanderia: Com espaços cada vez mais reduzidos, muitos apartamentos são entregues hoje sem áreas de serviço e esse espaço é compartilhado entre os moradores.

Horta compartilhada: espaço dedicado ao plantio de hortaliças para que elas sejam divididas entre os moradores.

Transporte compartilhado:  bicicletário com bicicletas de uso comum.

E os exemplos não param por aí, porém o importante são as construtoras entenderem esse momento de transformação que vivemos atualmente e criarem soluções para estas necessidades, pois morar bem e economizar são requisitos básicos que nunca sairão de moda, não é?

 


Cristiana Salai